19.7.05

Um acaso

Coitados somos nós
Por pensar, às vezes,
Que o eterno não é eterno
E jamais será.

Coitados somos nós
Por pensar que pensar demais
Pode não ser tão bom,
Que pode ser mal

Que pena que somos coitados
Pena que, quando estamos deitados,
Esquecemos de tudo...
Ah, que pena!

Que pena é lembrar
Que penar pensando é acaso.
Que pena é pensar
Que ser coitado é uma pena,
Que ser coitado é acaso

Que pena é cuidar
Pra que existir não seja pena!
Que pena é existir
Sem pensar no que requer
Cuidado (!)

Coitados somos nós
Por esquecer que o acaso
Tanto pode ensinar.
Pena que somos tanto!

É pena sermos tão coitados
A ponto de esquecer
O coito.