24.1.06

Tua imensidão

De tanto que durou a nossa flor
Cheguei eu a pensar
“Não Murchará”
Embora, de madura, ela morresse,
Maior que a morte, voltava a brotar

E tanto resistiu o nosso chão
Às lágrimas que não pude poupar
De tanto pólen, vi-me em tuas mãos
E esqueci-me de te alimentar

Dei-te sóis e sis
Mas, faltou-me dó
Ao ver-te, não lembrei
De por-me em teu redor

Dei-te voz e dor
Dei-te água e pão
Mas, no meu cobertor
Não coube a tua imensidão


Era real nossa verdade onírica
E nosso eterno mundo era fantástico
De tanto ouvir minhas cansadas súplicas
Nossa flor que não morre virou plástico.